Em fevereiro tivemos um post sobre ser preciso acreditar. Em meio a devaneios e experiências práticas no meu cotidiano, puxo mais um pouquinho o pano da manga e vou fundo no alcance que divido aqui com vocês.
Tenho aprendido todos os dias, que mais do que precisar acreditar em dias melhores, acreditar no crescimento pessoal, espiritual, profissional, nas nossas conquistas ou no que for, mais do que essa "necessidade" de acreditar em algo como um combustível, um fator motivador, essa necessidade que sacia ansiedades, desejos, sensações, ainda mais importante do que acreditar, é preciso SABER ACREDITAR.
Já acreditei mais ou menos, já confundi desejo com acreditar, ja acreditei sem acreditar e até mesmo acreditei porque me convinha. Acreditei com medo, acreditei por inocência, acreditei por instinto, enfim, acreditei sem me prender muito na concepção, simplesmente acreditei e ponto.
Entenda-se o "saber" acreditar, como um acreditar desprendido de qualquer conceito, um acreditar profundo, intenso, sem medos, questionamentos ou até mesmo explicações. Não encontra limitação e passa a acontecer, por que na concepção da crença já passou a existir concretamente.
Um filho da mãe, sacana, acredita e consegue se dar bem, poque simplesmente acredita com entrega, sem anseios ou medos, acredita e ponto!! Enquanto uma freirinha toda certinha, incapaz de fazer qualquer mal acredita com medo e não consegue nada.
Não são ironias de destino, nem mesmo merecimento, o universo não julga nem entende, apenas devolve aquilo que a gente emana, é um reflexo puro e direto da gente mesmo, de como é, se sente, enxerga e por consequencia o quanto ou como acredita.
Sempre costumo falar que eu tenho abundância de abundância na minha vida, tomo umas sacolejadas, erro, arrisco, caio, vou no fundo, no fundo mesmo, mas invariavelmente me levanto, com uma força típica de um guerreiro mesmo, de certa forma, beiro a irresponsabilidade por que no fundo, ACREDITO que sempre vou dar um jeito, no final tudo vai ficar bem. Não assimilo muito a situação em sí. Sofro, sinto, mas com um certo desapego, pode parecer meio frio e talvez até seja mesmo, mas considero uma virtude, tenho boas percepções sobre isso na minha vida.
Quando sofri acidente de moto e tive fratura exposta do fêmur, por exemplo, foi um dos momentos mais difíceis da minha vida, exigiu um equilíbrio emocional que veio instintivamente, morando sozinho, longe da família, recém chegado em Florianópolis, nao perdi o foco, nao perdi força, nem mesmo me dei conta da gravidade da situação talvez. Fui passando e talvez até subestimando os cuidados que a situação exigiam, exatamente um mês depois do acidente eu fui num aniversário e estava de pé dançando na pista de dança sem muletas, amigos olhavam incrédulos, chamando de "highllander", mas isso foi o reflexo da importancia ou espaço que dei para isso na minha vida.
Comecei a perceber o "saber" acreditar me questionando porque tenho tamanha abundância na minha vida, tipo, conheço muita gente 100% correta, não se permite quase nada pra não arriscar, não erra, não fere, não magoa, tem uma linha tênue e muito correta de encarar e levar a vida. E parece irônico que a vida pra elas sejam mais difíceis, tudo é mais difícil, mais suado, enquanto eu que erro pra caramba, dou mancadas colossais sou "sortudo", consigo, sou o mestre da solução q cai do céu quando tudo parece estar perdido vem aquela luz, uma prorrogação, um "voto de confiança" da vida, a chance de recomeçar, fazer diferente, enfim.
Percebi nisso tudo a importância de saber acreditar. Divido a percepção, divido um pouquinho da minha vida, um tantinho dos meus devaneios, mas muito mais do que isso. Divido com vocês a convocação para sabermos acreditar, ontem, hoje, amanhã. Acredite sem pestanejar, sinta-se pleno, feliz, é o meu momento e mais do que dividir a percepção, gostaria que sentissem o gostinho disso na vida de vocês. Um dedinho do divino, mas pra sentir, tem que saber acreditar...
Um abraço,
Fábio Martins