DIÁRIOS DA LUZ

Uma casa, dois gaúchos, muita luz...
Esse blog é postado por dois gaúchos radicados em Floripa.
Convidamos você a embarcar no diário de bordo das nossas percepções, emoções, delírios, alcances, questionamentos, sentimentos e causos da rotina dessa dupla q tem "Luz" até no sobrenome...
Acompanhe, participe, critique, viaje junto na velocidade dos Luz...

domingo, 4 de abril de 2010

SABER ACREDITAR


Em fevereiro tivemos um post sobre ser preciso acreditar. Em meio a devaneios e experiências práticas no meu cotidiano, puxo mais um pouquinho o pano da manga e vou fundo no alcance que divido aqui com vocês.

Tenho aprendido todos os dias, que mais do que precisar acreditar em dias melhores, acreditar no crescimento pessoal, espiritual, profissional, nas nossas conquistas ou no que for, mais do que essa "necessidade" de acreditar em algo como um combustível, um fator motivador, essa necessidade que sacia ansiedades, desejos, sensações, ainda mais importante do que acreditar, é preciso SABER ACREDITAR.

Já acreditei mais ou menos, já confundi desejo com acreditar, ja acreditei sem acreditar e até mesmo acreditei porque me convinha. Acreditei com medo, acreditei por inocência, acreditei por instinto, enfim, acreditei sem me prender muito na concepção, simplesmente acreditei e ponto.

Entenda-se o "saber" acreditar, como um acreditar desprendido de qualquer conceito, um acreditar profundo, intenso, sem medos, questionamentos ou até mesmo explicações. Não encontra limitação e passa a acontecer, por que na concepção da crença já passou a existir concretamente.

Um filho da mãe, sacana, acredita e consegue se dar bem, poque simplesmente acredita com entrega, sem anseios ou medos, acredita e ponto!! Enquanto uma freirinha toda certinha, incapaz de fazer qualquer mal acredita com medo e não consegue nada.
Não são ironias de destino, nem mesmo merecimento, o universo não julga nem entende, apenas devolve aquilo que a gente emana, é um reflexo puro e direto da gente mesmo, de como é, se sente, enxerga e por consequencia o quanto ou como acredita.

Sempre costumo falar que eu tenho abundância de abundância na minha vida, tomo umas sacolejadas, erro, arrisco, caio, vou no fundo, no fundo mesmo, mas invariavelmente me levanto, com uma força típica de um guerreiro mesmo, de certa forma, beiro a irresponsabilidade por que no fundo, ACREDITO que sempre vou dar um jeito, no final tudo vai ficar bem. Não assimilo muito a situação em sí. Sofro, sinto, mas com um certo desapego, pode parecer meio frio e talvez até seja mesmo, mas considero uma virtude, tenho boas percepções sobre isso na minha vida.

Quando sofri acidente de moto e tive fratura exposta do fêmur, por exemplo, foi um dos momentos mais difíceis da minha vida, exigiu um equilíbrio emocional que veio instintivamente, morando sozinho, longe da família, recém chegado em Florianópolis, nao perdi o foco, nao perdi força, nem mesmo me dei conta da gravidade da situação talvez. Fui passando e talvez até subestimando os cuidados que a situação exigiam, exatamente um mês depois do acidente eu fui num aniversário e estava de pé dançando na pista de dança sem muletas, amigos olhavam incrédulos, chamando de "highllander", mas isso foi o reflexo da importancia ou espaço que dei para isso na minha vida.

Comecei a perceber o "saber" acreditar me questionando porque tenho tamanha abundância na minha vida, tipo, conheço muita gente 100% correta, não se permite quase nada pra não arriscar, não erra, não fere, não magoa, tem uma linha tênue e muito correta de encarar e levar a vida. E parece irônico que a vida pra elas sejam mais difíceis, tudo é mais difícil, mais suado, enquanto eu que erro pra caramba, dou mancadas colossais sou "sortudo", consigo, sou o mestre da solução q cai do céu quando tudo parece estar perdido vem aquela luz, uma prorrogação, um "voto de confiança" da vida, a chance de recomeçar, fazer diferente, enfim.

Percebi nisso tudo a importância de saber acreditar. Divido a percepção, divido um pouquinho da minha vida, um tantinho dos meus devaneios, mas muito mais do que isso. Divido com vocês a convocação para sabermos acreditar, ontem, hoje, amanhã. Acredite sem pestanejar, sinta-se pleno, feliz, é o meu momento e mais do que dividir a percepção, gostaria que sentissem o gostinho disso na vida de vocês. Um dedinho do divino, mas pra sentir, tem que saber acreditar...

Um abraço,

Fábio Martins

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

SOBRE AMOR E POSSE


Relacionamento "funcional" nos dias de hoje é uma arte!

Um relacionamento inteligente, grande, bonito, gostoso, que funcione de verdade, valha a pena nos níveis e detalhes mais sutís, daqueles que costumo dizer, nos fazem "maiores e melhores", tem um preço alto, são muito mais difíceis do que os que estamos acostumados a ver brotando todos os dias debaixo do nosso nariz, tanto para a gente como para os "outros".
Nos relacionamentos, como em quase todas as áreas da minha vida, sobrou abundância pra conquistar, faltou sabedoria para manter. E digo de passagem, não foram poucas coisas. Descendo nas relações, a gente traz um aprendizado, novas lições e percepções das alegrias e traumas de "vivenciar o dois".
Para quem não é um ser "operante", vai se polindo, lapidando, se auto-conhecendo, ambientando e ancorando os limites para sí e para o outro. Não é que a gente se torne mais chato, duro ou frio, mas quanto maior o aprendizado, mais exigentes ficamos. Mais difícil e complexo é encantar e deixar ser encantado. Parece que mais "racional" o amor se faz.
Não considero um pensamento frio, nem tampouco limito o amor por causa disso e já explico o porque:
Ao longo dos meus relacionamentos, "construí" um conceito da relação perfeita, é meu, pessoal, uma espécie de estatuto para ser lido e questionado volta e meia, analisando a relação:

"Quero tudo que tu és;
Não quero nada que você não seja.
Quero a luz e a sombra.
Te quero por inteiro;
Sem posse, mas minha."

Por vezes, me senti pequeno e longe disso, por vezes senti o gosto e até um dedinho do "divino", vivendo a plenitude de uma relação assim. O dia-a-dia, as escolhas, a força do "casal normal" acabou me fazendo menor ao ponto de perder esse brilho. A partir desse ponto, nada melhor do que terminar bonito, com a dignidade que a relação merece.

Alguns pontos numa relação são cruciais, diria "intocáveis". Uma vez mexidos não voltam atrás e a vida parece que nos empurra exatamente pra isso, a força que nos puxa para o "casal normal" é muito grande, um desafio constante. basta desligar um pouquinho e você percebe que a relação divina não tem mais aquela força e o brilho de antes. Mexeu num ponto crucial. Pára tudo! Não sofra, não leve aos limites, não desgaste tudo tentando consertar, aceite que somos pecadores e existem pecados cruciais...

Um dos pecados cruciais é não saber limitar e se limitar. Enquanto casal, deveríamos ser "um", mas para um casal funcionar bem, é necessário empatia para compreender que existem as individualidades de "dois". Na matemática 1+1 é 2. No auge da nossa "doença", insistimos em acreditar que é maior e melhor que seja 1 nas relações. Não é! Nunca foi e nem deveria ser. Até porque dois é mais que um, é melhor que um, é a soma, o supra-sumo de "um". Só entender isso já é nobre, um passo enorme para a relação fluir melhor.

Digamos que a gente pode olhar para o mesmo lado, complementar os objetivos, ser um trampolim, um alicerce, um porto-seguro na inquietação do outro e fluir na plenitude da cumplicidade, andar muuuuuito em sintonia. Mas nunca vamos deixar de ser "dois", tomar os objetivos um do outro como um único objetivo passa a ser um processo limitador, perde-se o encanto, é exatamente, nos desafios, em saber se fazer presente e merecer, descristalizar e permitir descristalizar-se, saber receber a presença do outro, com a luz e a sombra, no batalhar dos objetivos, "de um, do outro e dos dois", perceber o chamado que está debaixo do nosso nariz, a vida se apresentando exatamente como tem que ser.

É aí que está a felicidade do casal, do outro lado da ponte está o final de um ciclo, de um objetivo e o ponto de partida para outro e assim por diante.

Palavras sábias de Saint-Exupéry:
"Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer..."

O amor é contagiante. Assim como levanta uma pessoa, pode contagiar como uma doença, tomando espaços não desejados, inconscientes. Perde-se o amor e dá-se espaço ao sentimento de posse sem perceber as peculiaridades que a relação perde e fica pequena alí.

Por essas e outras, volto a questão chave que deixei em aberto lá em cima no texto: "Não é que a gente se torne mais chato, mas quanto maior o aprendizado, mais exigentes ficamos, mais difícil e complexo é se encantar e deixar ser encantado. Parece que mais "racional" o amor se faz."

Não é querer ser repetitivo, mas sendo, "racionalizar o amor" é a forma mais sublime de simplesmente "sentir o amor", ele não acontece por um acaso, não vem com embalagem de "paixonite aguda", rótulo de "amor perfeito", muito menos com a pretensão de "amor à primeira-vista".

Amor "racional" é construído nos pequenos detalhes, gestos e atitudes, no dia-a-dia. Um processo cadenciado de permissões e concessões não exatamente "racionalizadas" porque acontecem de uma forma instintiva, um instiga o melhor do outro, mas a gente só ama se se permite, e permitir-se é um processo racional de querer se fazer presente, aceitar os defeitos, negociar, querer surpreender, é incluir o outro na nossa vida aos poucos automaticamente, permitir um espaço ao outro que nos faz bem, concedido (!), por merecimento, não por imposição.

Amor racional é construir uma rotina inteligente, porque todos relacionamentos viram "rotina", vai do nosso jogo de cintura, criatividade e sabedoria em construir uma rotina inteligente, que faça bem à relação, que não desgaste e, para isso, precisamos saber limitar o outro e limitar-nos, não confundir amor com sentimento de posse, ou vai tudo por água abaixo.

Finalizo dizendo que um amor "racional" é o supra-sumo da inteligência, é uma posse mais nobre. Quando a gente se sente dono, quer mudar, moldar o outro para "nossa felicidade", voltamos para o "um". É necessário mais do que conhecer e aceitar os defeitos do outro, é amar esses defeitos, são parte de um bem maior, um conjunto merecedor da nossa cumplicidade. E quando temos esse alcance, nem precisa de posse, porque assim, pelo menos nas minhas vivências, me senti muito mais do outro que em muitas relações onde a posse falou mais alto e quando a posse grita, tenha certeza... Estamos deixando de ser um do outro.

Um brinde aos nossos desafios: gratidão às pessoas que passaram em nossas vidas, nos fizeram maiores e melhores, gratidão também aos que foram pequenos, nos tornaram mais exigentes, polidos, convictos do "que não queremos em nossas vidas" e a benção, o alcance, a sabedoria, discernimento e consciência para não cairmos na força do "casal normal".

Sejamos inteligentes, maiores e melhores. E por favor, RACIONAIS!!!!

Tim-tim!!!

Um abraço!

Fábio Luz

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

CAUSOS DA CASA II

Em casa, plena segunda de carnaval...

Cerveja vai, cerveja vem, uns e outros começam a se animar e se soltar. Teve um que pegou o óculos de uma visita, colocou e saiu "tri" bem na foto.
Coisa básica, hoje em dia tudo é motivo pra foto:
Foto para guardar, foto para "revelar" depois, foto com um tom mais artístico, arriscando de fotógrafo mesmo, foto debochada, foto de paisagens. Auto-retrato então, rola solto! Tem as fotos para orkut, foto da foto, enfim...

Mas algumas eu realmente não entendo!!!
Pra que isso? Pra que isso???

Aquela coooooisa! É uma cooooooisa que vem de deeeeeentro, sabe??

Afonso responde de bate-pronto:
_ Eu não sei! Eu não seiiiii!!!!!

kakakakakaKAKAKAKAKAK!!!

Fui obrigado a dividir com vocês...

Um abraço,

Fábio Luz

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

SOBRE MENINOS E LOBOS


Não é de hoje que me pergunto onde iniciou a "natureza" da cultura machista dos homens.

Antes de começar a escrever, não vou pregar moral de cuecas, já agi como lobo e já agi como menino, já viví as duas pontas desse eixo de forma intensa na minha vida, mas fico me questionando onde começa tudo isso?

Ainda ontem, assistindo um documentário sobre nossos ancestrais, existem "aldeias" de macacos onde o mais forte prevalece, ele "tem direito" às macaquinhas como ele bem entende, ao seu bel prazer e disposição, e no que entendi, não é uma "liberdinagem", existem famílias, casais dentro da "aldeia" dos macacos.

Impressiona porque eventualmente outro macaco, normalmente mais jovem, disputa o poder, na base da porrada, mordidas, dentes e sangue, se engalfinham mesmo e não bastando apanhar, o perdedor é expulso, abandona a "aldeia", deixando pra trás seus filhos, sua macaquinha, etc, não vi, mas o locutor do documentário ainda comentou que em alguns casos o macaco que apanha ainda "presta serviços sexuais" ao vencedor. Mas o que é isso?

Continuando, antes disso já tem um outro fato curioso, impossível passar despercebido dentro deste contexto. A fêmea é responsável pelo filhote até que ele aprenda a se virar sozinho, até então o filhote anda na garupa da mãe onde ela for, o pai, só observa, quando a mãe deixa o filhote cair, toma porrada do pai, quietinha, coloca o filhote na garupa e segue calada. Caramba! Isso é instinto, os animais não deveriam ser julgados, pois não tem o discernimento, mas cá entre nós, que instinto machista, de onde vem isso? Não cabe julgamento, mas que instinto, que natureza é essa?

Traduzimos isso para os dias de hoje, claro que tem muita mulher que tá anos luz na frente dos homens, muito mais esperta, e num contexto diferente, desce porrada nos carinhas que se acham esperto. Ainda que já tenham muitas, e se proliferam em largas escalas, ainda são uma minoria, ainda vejo prevalecendo o machismo, as "meninas" e os "lobos"...

Mulher tem a "ingenuidade" de dizer que se veste para mulher, tem a ingenuidade maior ainda de achar que a exposição explícita é mais sensual e provocante do que outras formas sutís, assim, saem em calças justíssimas, decotes que nem poderiam ser chamados de blusas, são só o decote mesmo, pela frente, pelas costas, quanto mais aparecer, melhor...

Melhor para os lobos!!!

Não que eu não olhe como lobo nunca, mas me atrai muito mais uma mulher sem sutiã, com uma blusa soltinha, sem nenhum decote. É muito mais sensual despertar a curiosidade do que mostrar explicitamente. Desculpem! Eu acho!!!

Mas seguindo a linha de pensamento, as mulheres são cada vez mais competitivas, ousadas, com atitude e cabeça aberta, isso é evolução! Mas pra quem sabe usar...

Vejo amigas, ex-namoradas, conhecidas, familiares dando cada cabeçada sem explicação, a duzentos por hora ou algo mais, de cara na parede! E sofrem! Se traumatizam! Mas não aprendem...

Continuam se vestindo, valorizando as mesmas coisas, sentindo atração pelos mesmos tipos, é a história do "dedo podre" na hora de apontar e escolher. Os critérios são aleatórios e quase não existem. Hoje pode ser o mais bonito da festa, amanhã o com o "melhor" papo, depois o melhor carro, o mais assediado, assim, se auto-afirmam entre elas mesmas e pá! Tiro no pé de novo, algum tempo "apegada", muita conversa querendo entender com as amigas, ouve tudo quanto é tipo de coisa:

_ Ele merece segunda chance, todo mundo merece...

_ Esquece esse cara, tá sendo burra! Te valoriza...

Conselhos tem aos montes e de graça, até a amiga da amiga da amiga que estava na festa ontem tem uma percepção e uma palavra solidária para consolar, seja positivamente ou negativamente a favor do "lobo".

O que me parece que falta, são as caçadoras inteligentes, capazes de transformar até os lobos em meninos, sim, isso existe de verdade. Mulheres que se apresentam de uma forma diferente, sabem fazer o lobo ter desejo de ser menino, mais do que isso, sentir orgulho, a transformação de lobo em menino é algo que faz ele se sentir especial, fora dos padrões, num nível mais elevado e finalmente passa a entender que é muito mais bacana, raro e especial ser menino e não lobo.

As mulheres são difíceis eu confesso, muitas vezes nem tento entender, apenas aceito, já abssorvi que é no tentar entender que a gente se atrapalha. Mas baixo a guarda, visto as sandalhas da humildade e confesso. O homem é difícil, estranho, conflituoso, no mínimo...

Qual homem não aprecia uma mulher bonita ao seu lado? Quem não gosta de alimentar o próprio ego? A segurança, a auto-afirmação, se fazem necessárias pra qualquer um hoje e não considero isso ruim, desde que não tenha o "dedo podre"!

O que é mais fácil? Conquistar um rostinho bonitinho, inseguro, quase sem personalidade que acaba ingenuamente assumindo exatamente o papel de joguetes dos caras, não querem, abominam, tão cansadas de sofrer, mas entraram num ciclo vicioso, não sabem ser feliz sem isso, não conseguem levantar a cãmera e enxergar além, ver que tem mais, muito mais, como homem bacana e para elas mesmas. É mais fácil desarmar e "ganhar" uma menina assim, ou ter que "conquistar" uma mulher bem resolvida, de convicções pertinentes, com critérios "básicos" de escolha, cultas, inteligentes, que fazem o lobo se sentir pequeno? A não ser que esse estereótipo seja uma forma de defesa inconsistente que com o tempo faça esse mulherão todo se esfacelar na minha frente, acho que é muito mais difícil, tem um preço alto, não é nos moldes tradicionais, nem nos pequenos, com carro, roupa, "poder", perfume e uma barriga sarada que se impressiona uma mulher dessas. Não que estes fatores não contem, mas jamais, são fatores determinantes.

A base dos critérios está em outras coisas, que ou o cara entra no jogo, aprende a jogar ou é carta fora do baralho e aí começou a transformação sobre meninos e lobos.

Isso funciona na contramão dos sexos, basta empatia para analisar, os homens fazem a mesma coisa, reclamam que as mulheres são fúteis, tão cada vez mais fáceis, atrevidas e com iniciativa, "não tem mulher pra namorar", mas continuam atrás dos mesmos tipinhos, o dedo podre prevalecendo sempre. É um ciclo vicioso, homens e mulheres se instigam nos seus lados sombras e não entendem que cada vez mais o são e fabricam o outro assim.

O supra-sumo ainda está no interno, a capacidade de ser proativo, fulltime, se fazer diferente. Mas também encontrar alguém que mereça isso, compreenda e saiba fazer valer a pena. Aquele ditado: "Faça por merecer que eu faço valer a pena", na plenitude da reciprocidade e principalmente: cumplicidade!

Assim, pode parecer quadrado, limitado, bitolado, mas só assim, acredito que funciona. E como é bom quando funciona!

Somos maiores e melhores, meninos e lobos, no melhor que tem disso e o desafio está em viver exatamente isso, não importa se por um mês, um ano ou a vida toda, ali, internamente, pra sempre, a gente sabe que foi maior e melhor e como isso é nobre, divino, gratificante. A sensação de segurança, de estar no caminho certo.

Ah! Como é bom... Ficamos... Bom.... Como poderia dizer?

Acho que SUBLIMANDO!


Fica o chamado pra mim e aos visitantes que acompanham, sejamos maiores, mãos à obra, que evoluamos e cresçamos em saltos quânticos, de preferência sem dar passos pra trás.


Um brinde à transformação dos dedos podres em dedos sábios e continuemos devaneando sobre meninos, sobre lobos...


Um abraço!


Fábio Luz

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

É PRECISO ACREDITAR ..

Fiquei pensando no que postar hoje, faltava inspiração, suava nesse calor infernal, ora batia uma brisa pra aliviar, mas nada vinha em mente, pensei no texto do Fábio: “Perder- se também é caminho”, refleti o que me trouxe a Florianópolis, no que eu acreditava estar fazendo aqui, longe da família, amigos e etc.. Então creio que essas poucas palavras talvez resumissem o pensamento que divido com vocês hoje...

Todos nós passamos por conflitos nessa bela e trágica vida, apenas pelo fato de tentar entender a vida abruptamente, acabamos sem notar que algo perene a nossa essência está sempre a nos guiar. Assim como o queijo para o rato, a bola para o chute, o céu para a estrela. A nossa constante busca por algo e superação por seja lá qual for a o obstáculo, não existe sem um “acreditar”.


Todas as coisas que acontecem na vida e o que nos traz o espanto não são apenas as menos esperadas. O que nos procede, o que virá, nem sempre é o inusitado. O acreditar faz parte dessa luta diária para que as coisas sejam capazes de se confirmar.Muitos de nos conseguimos visualizar de longe, com precisão, lucidez, clareza de pensamento o antes, agora e depois do feito, e mesmo sabendo dos empecilhos mil à nossa frente, da trajetória quase impossível que teremos de enfrentar, tal como ficar desempregado, buscar a sorte em outro lugar, País, Estado, cidade, a família com muitas bocas para alimentar, contas e mais contas no final do mês. São inúmeros os exemplos que não se esgotam nunca.


Pois há uma voz interna lá dentro que nos dá confiança, que devemos ter fé e confiar que um dia tudo melhorará. Parece simples. Só que aí está a pureza do “acreditar”, mesmo quando acabamos sendo contrariados pelo destino, que não aconteceu da forma que se esperava. O que é pra ser, será. Concretizado. Tudo tem seu acaso. Mas enfim é preciso continuar acreditando, afinal acreditar é o primeiro passo pra toda conquista(!)

Aquele abraço,



Afonso da Luz

PARADIGMAS - ALICERCE DOS HÁBITOS



Tenho um livro do escritor Stephen Covey que se chama "Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes", lendo o título, a primeira impressão que fica é de um livro de auto-ajuda, o qual eu tenho uma certa antipatia pelo gênero. Mas o livro vai muito além disso, tem um papel na minha vida muito importante que lembra as palavras do Blog da Priscila Anversa ( http://artesuavida.blogspot.com/ ), mestranda de artes e professora de artes visuais. Num post ela comenta: "_Eu, enquanto arte-educadora não posso ditar conceitos, devo dar um empurrãozinho aos meus alunos para que construam cada qual sua ideia." Ou seja, ela dá as ferramentas, o papel dela é questionar, não ditar, dar um conceito pronto, se não fosse assim, desconfio o que os alunos estariam aprendendo de verdade, se é de dentro pra fora ou vice-versa e principalmente, seria autêntico?

O mesmo papel tem o livro na minha vida, é impressionante como cada vez que leio o livro, um trecho diferente levanta o meu auto-questionamento sobre minhas percepções sobre mim mesmo e sobre o que está na minha volta, no meu cotidiano, na rotina e...
NOS HÁBITOS.

Tem alguns exercícios interessantes no livro, lendo, instintivamente a gente começa a construir uma espécie de "estatuto pessoal", onde toda e qualquer atitude, opção ou escolha, a gente faz baseado nesse estatuto pessoal.
É um processo interessante, instigante, no mínimo curioso, pois ja tem dois anos que o livro está na minha cabeceira da cama e ainda hoje me vejo revendo conceitos, valores, prioridades, metas e objetivos. Digamos que tenho um bom esboço, mas o estatuto não parece "definido", nem parece possível, pois todos os dias a gente se descristaliza e ganha novos alcances.

Voltando ao ponto zero, mudança exige dedicação, entrega, auto-disciplina e ficar ligado sempre. Já perdi as contas de quantas vezes me senti frustrado, traindo a mim mesmo e meu "estatuto pessoal", desconfio, quase com certeza, que a coisa mais difícil que existe na vida é mudar hábitos. É impressionante, são "coisas" muito enraizadas na nossa essência, basta se distrair e quando a gente vê está fazendo exatamente aquilo que se comprometeu em fazer diferente.
É como digo no meu texto de apresentação: "Nunca fui anjo... Mas hoje vivo melhor comigo mesmo... Sempre arrisquei demais e como quem arrisca mais também erra mais, errei! Ainda erro! Mas hoje vivo melhor comigo mesmo..."
Percebo que posso ser meu melhor amigo ou meu maior inimigo, basta saber o quanto estou antenado e decidir para quem eu dou mais espaço na minha vida.
Mas... Todo mundo, sem exceções, tem um lado sombra, triste e pequenos aqueles que nem o reconhecem ou no auge da prepotência se acham perfeitos. Com astúcia e presteza, vagam na ignorância de nem se quer compreende-los. Se compreendendo já é difícil, sem compreender, torna-se "missão impossível".

Sei que o "textinho" tá começando a ficar comprido, mas acho que vale os devaneios, então sigo citando um exercício aplicado pelo escritor Stephen Covey na sala de aula de uma universidade.
O professor projeta uma imagem por 30 segundos e pergunta aos alunos o que eles estão vendo ali.
O circo começa a pegar fogo...
Um aluno se precipita rapidamente: _ Vejo uma senhora idosa, professor!
No outro canto da sala, outro aluno rebate: _ Que idosa? É uma menina nova, linda, glamourosa, gostaria de sair com ela!
O primeiro, convicto de estar enxergando uma idosa insiste: _ Nova? Ela deve precisar de ajuda para atravessar a rua!
A discussão ganha proporções maiores e no final tem dividido metade dos alunos convictos de estar enxergando uma senhora, outra metade uma garota jovem.
O professor então pede que um representante de cada "turma" vá até a imagem e mostrem os traços, façam a outra "turma" entender o que eles estão vendo.
Moral da história, o desenho era um só, mas podiam ter interpretações diferente, o que para um era um colar, para outro era uma boca e no final todos conseguiram enxergar os dois desenhos.

Fico me questionando, se em apenas 30 segundos vendo uma imagem a gente cria um paradigma, apenas 30 segundos (!!!) já são suficientes para discutir calorosamente, defender sua percepção e achar que o outro é um louco em não enxergar do mesmo jeito. Imagino uma vida inteira que a gente viveu e estabeleceu paradigmas de forma até inconsciente durante não 30 segundos, mas muitos anos, se alguém tentar te dizer que não é a mesma coisa, você chama o outro de louco e por ai vai.
A lição fica no fato de que não existe uma verdade absoluta, uma única verdade. Partindo disso, a gente tem convicções, mas não deve se fechar e ficar bitolado nisso, é gostoso, interessante, instigante, tentar levantar a câmera e estar sempre aberto, tentando entender a percepção dos outros, não tem uma nem duas, tem várias.

Mas voltando aos paradigmas, são alicerces dos hábitos, dei todo esse exemplo para tornar mais claro como "essas coisas" ficam enraizadas na gente no decorrer de uma vida inteira e exatamente por isso concluo: "mudar hábitos é a coisa mais difícil que existe na vida". Por outro lado, como é bom, grandioso, gratificante e descristaliazador quando a gente consegue fazer isso "full time"...

Deixo aqui o meu questionamento pra vocês, não se aplica tudo que falei numa área específica de nossas vidas, mas num todo, do contrário, a máquina, o equilíbrio, o ajuste fino está sempre fora de foco e isso não é necessariamente ruim nem bom, apenas é e trazer tudo isso para o consciente já é um bom começo.

Mãos à obra meus amigos...

Um forte abraço,

Fábio LUZ

PS- Procurei MUITO a imagem do livro, mas não achei, a imagem que ilustra esse post, tem sentido parecido, são quatro cabeças ou duas?? heheh! Sem brigas pessoal!!!

domingo, 31 de janeiro de 2010

PERDER-SE TAMBÉM É CAMINHO...


Hoje um post mais profundo... Putz, lá vem ele!! rsrs
Há alguns dias uma frase vem consumindo de forma sutíl e marcante meus pensamentos por uma frase de Clarice Lispector que divido com vocês aqui, dizia que "Perder-se também é caminho"...
Pare, respire fundo, relaxe e pense:
A vida exige da gente muito discernimento para se manter atento em todos os focos, fazer a máquina da vida toda funcionar junto, com equilíbrio e afinada. Parece que constantemente estamos sendo submetidos a testes, tentações, reparos, mudanças e provações... E assim o é!!

Se a gente foca tudo na carreira: O prazer, as relações, trocas em maiores ou menores níveis, a outra ponta desse eixo, desconfio que fica comprometida e limitada. Logo me questiono: _O que estou priorizando na minha vida? Será que estou no caminho certo? Beleza! É sábio e mais do que Importante, se faz necessário buscar o equilíbrio da máquina, mas é difícil esse processo na prática. E como é:

Se a gente foca no prazer: "Felicidade urgente", acaba comprometendo o "futuro", enfraquece a carreira, segurança e estabilidade. Constantemente temos q mudar o planejamento, pois focar a felicidade é ser feliz agora, hoje(!), nesse momento, sem planejamento.

Se faz necessário descer e ancorar no "agora", de forma intensa. Depois...
Depois é depois! Não conheço ninguém que planejou ser feliz depois e conseguiu, a máquina apresenta novas situações, desafios, processos que exigem foco e disciplina pra não se tornar uma máquina sem controle, navegando onde o vento sopra...

Um exemplo disso muito forte na minha caminhada: Um ente querido, maior exemplo de pessoa de bem que eu conheci: Correto, digno, carreirista, conquistou uma condição de vida confortavel, status e segurança. Todas aquelas coisas que a sociedade nos cobra, a gente entende que sem elas tudo fica mais difícil. Aprende, absorve... Mas de fora pra dentro. Essa pessoa não está mais aqui conosco nesse plano.
No leito de um hospital, me chamou, pegou minha mão e perguntou se eu era feliz, pediu pra mim prometer que seria feliz agora, urgente, todos os dias, porque ele tinha deixado pra depois e nao deu tempo, conquistou tudo que "precisava" e antes de conseguir a "plenitude", adoeceu e comprometeu todo o planejamento...
Eu prometi que sim, não justifico minhas opções e escolhas com isso, é mais instintivo, faz parte da minha essência mesmo. Posso dizer sem pensar duas vezes que fui feliz, ou pelo menos ,minha vida inteira estive priorizando isso. Por vezes, alcancei na plenitude da palavra, FELIZ, por vezes, me senti pequeno e vazio, mas vivi, senti, enfim, optei.

Todos esses devaneios, por vezes parecem tão próximos, concretos e reais de fato, estão ancorados não na minha, mas na vida de todos de uma maneira tão concreta. Por vezes também parecem metáforas, confundem, é a gente querendo palpar o abstrato, encontrar razão no que nao precisa... Bastaria aceitar.
Chega aquele momento que faz a gente se sentir maior: A gente pára e assume que está perdido: _Me perdi! Que nobre! rsss

Mas exatamente aí começa um processo de renovação muito bonito, o Universo é perfeito nos mínimos detalhes, a gente gera movimentos e ele invariavelmente corresponde...

Nesses devaneios de "perder-se", encontra-se o caminho, ou pelo menos, identificamos onde a gente está, se situa, toma pé da situação e passa a ter mais clareza, se sente mais próximo da gente mesmo, da essência, retoma o controle das rédeas. Com tudo isso, vem de forma "dolorosa", desafiadora e linda a clareza de pensamento, lucidez, ancorando e definindo melhor o discernimento e a partir dele alcances sublimes e necessários para a máquina toda funcionar com mais equilíbrio. As metas, objetivos, trocas, alcances em níveis que nos fazem maiores e melhores, e de forma quase irônica, constatamos a sabedoria de Clarice Lispector, que perder-se... Ah!!! Perder-se também é caminho! Graças à Deus!

Um abraço,

Fábio Luz